quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SUPERFLAT

O que é Superflat?

Superflat é um movimento estético pós-moderno que surgiu dentro das artes plásticas e que repercurtiu nos animes e mangás – até porque seu pressuposto é de que a cultura dos animes e mangás é a cultura japonesa de nosso tempo, a cultura de massa. Ele é uma busca dentro dos animes e mangás, elementos da cultura otaku, muitos fetiches, mas essa busca de da apartir do questionamento dos valores que geraram esses fetiches, sua condições, contexto social e até mesmo sua repercussão. Um grande exemplo é o anime Sayonara Zetsubou Sensei, de Koji Kumeta, pois ele busca diversos estereótipos de personalidade e os intensifica ao máximo para ao primeiro olhar ser reconhecido.

Achatamento Cultural

O movimento Superflat foi lançado pelo artista plástico Takashi Murakami (autor dos curtas acima, feito para a Louis Vutton).

O ponto do manifesto de seu movimento artístico é que, no Japão, a cultura pop vista nos animes, nos mangás e até nas músicas, se mistura de tal forma na vida cotidiana que influenciou as artes plásticas, o design, a cultura pop, as artes decorativas, sendo achatado em um conjunto único ao qual todos pertencem. Murakami define: -A nova geração, de artistas, não pensa sobre o que é arte ou o que é ilustração. Seus trabalhos não têm gênero".

Novamente, passemos a palavra a Murakami:

"O povo japonês é alimentado por televisão e pela mídia em geral 24 horas por dia. Agora, temos uma chance de pensar: 'O que é minha vida?' A cultura de consumo aponta para uma única direção, sem evoluir. Nos anos oitenta, os japoneses não pensavam sobre o significado da vida por conta de sua forte cultura de consumo. Agora, as pessoas estão percebendo que existe um fim. Elas têm que pensar nisso mais do que no passado. Os jovens estão olhando para fora dessa cultura de consumo e perguntando 'O que é a vida?'"

E esse questionamento nos leva ao desmantelamento da cultura de massa, uma aproximação e formação em conjunto com a sociedade atual, buscando novos valores e desafios, trazendo consigo uma nova forma de evolução.

Cheio de Excessos e de Paradoxos

Assim como sugere o ditado: “Olho por olho e dente por dente”, isso tudo nos leva a outro lado do Superflat: o choque pelo choque. Na exposição "Superflat" de 2001, se destacava visualmente uma estátua chamada Lonesome Cowboy. Ela não pode ser mostrada aqui sem censura. A estátua é um personagem masculino, típico herói de mangá, completamente nu e com o órgão sexual ereto. Ele ejacula em um jato gigantesco, que o circunda como se fosse demonstrações de poder vistas nos mangás.

Toda essa apelação, cria também um abismo e um problema – por muitas vezes, a crítica exagerada se confunde com a própria exploração sensacionalista do tema, e a linha entre ambos se torna muito tênue. A mensagem pode ser subentendida de forma errônea com muita facilidade.

O próprio site de Murakami, visto no final desta matéria, mostra bem essa coesão entre o bonitinho e o grotesco, que boa parte das vezes funciona admiravelmente bem – e boa parte das vezes é assustadoramente agressiva. Contradição parece ser uma palavra chave aqui – até porque ela é a chave da compreensão do movimento. Resumindo, o superflat é simplesmente uma grande crítica a cultura de massa, utilizando-se da mesma para executar a crítica.

Entendendo um pouco melhor o Superflat, vamos observar outro ponto de vista da cultura, mas dessa vez a cultura brasileira. Conversando com uma pessoa bem próxima a mim, percebi algo que me despertou muita atenção, essa pessoa me contou que estava na faculdade, curso de moda, e que o momento era de criação, tema livre e seu modelo era baseado no superflat. Quase terminada a peça, sua professora se aproxima e diz:

Professora: - Nossa, que interessante! Qual foi sua inspiração?
Aluna: - Um estilo japonês, novo que agora...
A professora nem esperou a aluna terminar de discorrer sobre o tema e já foi se levantando, simplesmente dando as costas para a aluna por se tratar de um assunto japonês. Um pouco irritada, a aluna, tomou a atitude de chamar a professora e explicar todo o conceito, vendo que a professora ainda não se interessava pelo movimento, ela falou sobre a Louis Vutton, e sobre o artista Takashi Murakami responsável pela nova linha de produção da mesma, e foi só nesse momento em que a professora começou a prestar atenção e se interessou pelo assunto.

Tenho aqui alguns produtos da nova linha da Louis Vutton, o design da marca para esta nova linha de produção, portanto não se assustem se essa onda pegar!










Fontes:


Jake Rodrigues

2 comentários:

MoLda Mente disse...

Nem preciso dizer que adorei! *rindo litros*

É de se esperar, num queria ter apelado pra cultura de massa, mais foi com ela que consegui empolgar a prof!

posso dizer que foi uma atitudo Superflatiana ^.~

Adoooooro!

MoLda Mente disse...

*atitude* escrevendo e comendo ao mesmo tempo!>.<

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